QUERER É PODER

A educação é um direito humano e um caminho para a justiça social e ambiental, e todos nós somos educadores.

sábado, 13 de junho de 2015

Caderno 3 –: Homem, Pensamento e Cultura: Abordagem filosófica e antropológica

RESUMO – caderno 3: Homem, Pensamento e Cultura: Abordagem filosófica e antropológica
Objetivo
Apropriar e criar condições teórico-práticas com as quais problematizar, investigar e criticar as práticas escolares, com vistas à construção da identidade de profissional da educação.

Unidade 1 - Devir Humano
Nessa primeira unidade você deve ter percebido que homens e mulheres não nascem humanos, mas se tornam humanos pelas transformações que realizam na natureza. Essas transformações realizadas por homens e mulheres é o que chamamos de cultura. Na cultura, as gerações mais velhas educam as novas gerações que, por sua vez, transformam o modo de viver no qual são educadas, vão se diferenciando dos mais velhos e construindo um novo modo de viver e uma nova humanidade.
Deve ter se dado conta, ao mesmo tempo, que a cultura é um conjunto de respostas de grupos sociais diferentes a exigências diversas da vida e que, portanto, há diferentes culturas; diferentes modos de viver que fazem de homens e mulheres seres diferentes entre si: diversas culturas, diferentes humanidades.
Você notou que, quando alguém valoriza sua cultura acima das demais, temos o etnocentrismo: aquela visão que põe a própria cultura como central em relação a outras, que se tornam periféricas. Viu que a transmissão cultural, o cultivo que as gerações mais velhas fazem das gerações mais novas é a endoculturação, ou transmissão cultural, parte importante da educação humana de homens e mulheres. E viu, por fim, que, no processo histórico, a tarefa social da educação coube à escola, encarregada de ensinar ou criar as condições para que crianças, jovens e adultos possam aprender conhecimentos e valores específicos para responder às necessidades do modo de viver, criado por outros homens e mulheres que os antecederam.

Unidade 2 - Devir humano, linguagem e educação
Nesta unidade de estudos, você deve ter compreendido como a linguagem é importante para o devir humano e para a educação de homens e mulheres, pois nela é possível registrar acontecimentos, falar do mundo, expressar o que acontece no nosso corpo e pensamento e, sobretudo, na linguagem, nos relacionamos com os outros de tal modo que ela é fundamental para ensinar e para aprender a viver humanamente. Você deve ter se dado conta, depois, que a língua que falamos é um tipo de linguagem: a linguagem verbal. Deve ter notado que aprendeu a ser o que é escutando o que outros dizem a respeito de homens e mulheres em geral e a seu respeito. Em terceiro lugar, você deve ter visto que a linguagem permite a comunicação quando pessoas a compartilham, sabem usá-la e interagem entre si por meio dela. Por meio da linguagem, duas ou mais pessoas podem conversar, questionar-se e negociar sentidos. Por fim, deve ter notado que a comunicação e o diálogo possibilitam que, na relação com os outros, com os diferentes, podemos construir consensos ou afirmar nossas diferenças. Em ambos os casos, construímos e refletimos, junto com os outros, sentidos para a humanidade: aprendemos nossa humanidade e a humanidade dos outros conversando crítica e autonomamente com eles.

Unidade 3 - Devir humano, trabalho e educação
Para esta unidade, o importante era pensar um pouco sobre as relações entre trabalho, educação e escola. Nos estudos, você deve ter compreendido que o trabalho é essencial para a produção do mundo humano, pois é trabalhando que homens e mulheres o constroem e o transformam, e que com o trabalho nos educamos e educamos aos outros com ou sem consciência de que o estamos fazendo. Deve ter se dado conta de que um educador profissional não pode estar alienado quanto ao aspecto educativo de suas atividades de trabalho e que, se é pelo trabalho que homens e mulheres transformam as condições de vida, é pela educação que as novas gerações aprendem a viver nessas novas condições e aprendem, também, a criar novas condições. Por isso, é importante que a escola e o trabalho escolar possam acompanhar os avanços tecnológicos da humanidade.

Unidade 4 - Devir humano, valores e educação
Nesta unidade você se ocupou com a reflexão sobre o sentido dos valores no devir humano. Pôde notar que existem diversos tipos de valores relativos a diferentes aspectos da vida, entre os quais os estéticos – relacionados com a sensibilidade –, os éticos ou morais– relacionados com a conduta na vida social – e os políticos – relacionados ao poder e ao modo como é exercido na sociedade. Todos esses aspectos são importantíssimos e estão presentes no processo educativo escolar. Contudo, como os valores são construções socioculturais, é preciso saber escolher quais valores devem e podem ser ensinados na escola. Escolha que está diretamente relacionada com o sentido de humanidade que queremos para nós e para as novas gerações e que é objeto de negociação, de divergência e de acordo entre grupos sociais e mesmo entre indivíduos. Inclusive na própria escola.

Unidade 5 - Devir humano, escola e educação
Nesta última unidade de estudos, destaquei alguns elementos que considero importantes para que você possa se situar e resituar na investigação e na reflexão sobre o devir humano, problema fundamental para a formação do educador escolar. É interessante, para concluirmos a investigação, retomar o cerne dos estudos em cada uma das unidades da disciplina, para buscar mais clareza quanto a um posicionamento possível diante da educação na escola. Acompanhe. Você iniciou a investigação com os seguintes questionamentos gerais sobre as práticas escolares cotidianas: por que são essas práticas e não outras? Como são feitas? Para que são feitas? Que influências podem ter na vida das pessoas e na minha própria vida?  Esses questionamentos estão relacionados a outros problemas diante dos quais você se colocou em cada unidade, de maneira que o problema  inicial ganhou complexidade como problema geral, ao mesmo tempo que foi especificado nos seus elementos principais: linguagem, trabalho e valores.

Nessa especificação, você deve ter percebido que em cada unidade o texto abriu possibilidades de relações entre escola, educação e cidadania. Na primeira unidade, a escola foi significada e valorizada como espaço educativo, criado para ensinar às novas gerações os elementos culturais mínimos para a convivência social e para o trabalho.
Você viu, também, que os elementos culturais variam em diferentes e diversas culturas e que elas se relacionam umas comas outras de modo que ambas se transformam. As relações são de compartilhamento, de disputa, de negociação e de construção de significados e de valores. Além disso, você deve ter notado que o que se aprende na escola poderia ajudar na construção de uma identidade humana no mundo. Resta saber, entretanto, como  é possível construir uma cultura que contribua para isso, quando diversidade cultural e etnocentrismo estão em jogo na educação escolar. É preciso que você possa se posicionar sobre esse tema  com autonomia.
Na Unidade 2, foram problematizadas as práticas simbólicas, práticas de linguagem e de linguagem na escola, para refletir sobre o sentido de uma cidadania educada no diálogo e na comunicação. Outro problema colocado foi se a educação escolar ajuda na formação de pessoas críticas, bem informadas e dispostas a participar da criação de outros mundos e de outras relações sociais. Aquela unidade sugeriu que as relações com a linguagem e as que estabelecemos com outras pessoas por meio da linguagem não são tão óbvias e transparentes como parecem e, por isso, podem trazer uma série de dificuldades para o entendimento e para as relações de poder na escola. Enfim, podem dificultar a educação do humano.
Na Unidade 3, foram problematizadas as condições práticas e conceituais de trabalho, que são ao mesmo tempo práticas educativas, como as práticas de linguagem e as práticas culturais de modo geral. Lá, apareceu a suspeita de que num mundo em que homens e mulheres trabalham somente para sobreviver, sem pensar em outras possibilidades para o que fazem no trabalho, podem ficar alienados em relação à sua humanidade. Na escola, instituição criada para ensinar, se o trabalho é alienante e alienado, a educação também poderá ser, para aqueles que trabalham e se educam nela. Então, perceba que todo trabalho na escola educa e todo trabalho, então, deve ser planejado para educar, mesmo que os resultados não sejam os desejados. Você precisa saber que o seu trabalho na escola é educativo.
Por último, na Unidade 4, você se deparou com as práticas valorativas. Naquele contexto se perguntou pelo valor da educação e, especialmente, da educação escolar. Questionou se educar para o trabalho é a mesma coisa que educar para a cidadania. Percebeu que, para decidir sobre essa questão, precisa fazer escolhas e que, para fazer escolhas, precisa compreender e posicionar-se sobre os valores envolvidos. Não se esqueça de que os valores podem ser construídos e desconstruídos na escola: valores estéticos, éticos e políticos, que integram o devir humano.

Com o que foi investigado nas unidades 1 a 4, você pode pensar que homens e mulheres se fazem, se sentem e chamam humanos quando podem experimentar em suas vidas a possibilidade de falar e de escutar os outros, de expressar-se e perceber os outros, de sentir-se e de sentir os outros integralmente: como seres simbólicos, trabalhadores, sensíveis, éticos e políticos. Pode perceber, também, que homens e mulheres vêm a ser o que são na e pela educação de que participam com outros homens e mulheres. Por fim, deve ter notado que, quando desejamos um modo de viver para o humano, homens e mulheres precisam ser educados para essa vida e a escola é espaço privilegiado nessa empreitada, quando temos consciência do que fazemos e podemos planejar nossas atividades para fins educativos.

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