RESUMO
– caderno 3: Homem, Pensamento e Cultura: Abordagem filosófica e antropológica
Objetivo
Apropriar
e criar condições teórico-práticas com as quais problematizar, investigar e
criticar as práticas escolares, com vistas à construção da identidade de profissional
da educação.
Unidade 1 - Devir Humano
Nessa primeira unidade você deve ter
percebido que homens e mulheres não nascem humanos, mas se tornam humanos pelas
transformações que realizam na natureza. Essas transformações realizadas por
homens e mulheres é o que chamamos de cultura. Na cultura, as gerações mais
velhas educam as novas gerações que, por sua vez, transformam o modo de viver
no qual são educadas, vão se diferenciando dos mais velhos e construindo um
novo modo de viver e uma nova humanidade.
Deve ter se dado conta, ao mesmo tempo,
que a cultura é um conjunto de respostas de grupos sociais diferentes a
exigências diversas da vida e que, portanto, há diferentes culturas; diferentes
modos de viver que fazem de homens e mulheres seres diferentes entre si:
diversas culturas, diferentes humanidades.
Você notou que, quando alguém valoriza
sua cultura acima das demais, temos o etnocentrismo: aquela visão que põe a
própria cultura como central em relação a outras, que se tornam periféricas. Viu
que a transmissão cultural, o cultivo que as gerações mais velhas fazem das
gerações mais novas é a endoculturação, ou transmissão cultural, parte
importante da educação humana de homens e mulheres. E viu, por fim, que, no
processo histórico, a tarefa social da educação coube à escola, encarregada de
ensinar ou criar as condições para que crianças, jovens e adultos possam
aprender conhecimentos e valores específicos para responder às necessidades do
modo de viver, criado por outros homens e mulheres que os antecederam.
Unidade 2 - Devir humano, linguagem e educação
Nesta unidade de estudos, você deve ter compreendido
como a linguagem é importante para o devir humano e para a educação de homens e
mulheres, pois nela é possível registrar acontecimentos, falar do mundo,
expressar o que acontece no nosso corpo e pensamento e, sobretudo, na linguagem,
nos relacionamos com os outros de tal modo que ela é fundamental para ensinar e
para aprender a viver humanamente. Você deve ter se dado conta, depois, que a
língua que falamos é um tipo de linguagem: a linguagem verbal. Deve ter notado
que aprendeu a ser o que é escutando o que outros dizem a respeito de homens e
mulheres em geral e a seu respeito. Em terceiro lugar, você deve ter visto que
a linguagem permite a comunicação quando pessoas a compartilham, sabem usá-la e
interagem entre si por meio dela. Por meio da linguagem, duas ou mais pessoas
podem conversar, questionar-se e negociar sentidos. Por fim, deve ter notado
que a comunicação e o diálogo possibilitam que, na relação com os outros, com
os diferentes, podemos construir consensos ou afirmar nossas diferenças. Em
ambos os casos, construímos e refletimos, junto com os outros, sentidos para a
humanidade: aprendemos nossa humanidade e a humanidade dos outros conversando crítica
e autonomamente com eles.
Unidade 3 - Devir humano, trabalho e educação
Para esta unidade, o importante era pensar um pouco
sobre as relações entre trabalho, educação e escola. Nos estudos, você deve ter
compreendido que o trabalho é essencial para a produção do mundo humano, pois é
trabalhando que homens e mulheres o constroem e o transformam, e que com o
trabalho nos educamos e educamos aos outros com ou sem consciência de que o
estamos fazendo. Deve ter se dado conta de que um educador profissional não
pode estar alienado quanto ao aspecto educativo de suas atividades de trabalho e
que, se é pelo trabalho que homens e mulheres transformam as condições de vida,
é pela educação que as novas gerações aprendem a viver nessas novas condições e
aprendem, também, a criar novas condições. Por isso, é importante que a escola
e o trabalho escolar possam acompanhar os avanços tecnológicos da humanidade.
Unidade 4 - Devir humano, valores e educação
Nesta unidade você se ocupou com a reflexão sobre o
sentido dos valores no devir humano. Pôde notar que existem diversos tipos de valores
relativos a diferentes aspectos da vida, entre os quais os estéticos –
relacionados com a sensibilidade –, os éticos ou morais– relacionados com a
conduta na vida social – e os políticos – relacionados ao poder e ao modo como
é exercido na sociedade. Todos esses aspectos são importantíssimos e estão
presentes no processo educativo escolar. Contudo, como os valores são
construções socioculturais, é preciso saber escolher quais valores devem e
podem ser ensinados na escola. Escolha que está diretamente relacionada com o
sentido de humanidade que queremos para nós e para as novas gerações e que é
objeto de negociação, de divergência e de acordo entre grupos sociais e mesmo
entre indivíduos. Inclusive na própria escola.
Unidade 5 - Devir humano, escola e educação
Nesta última unidade de estudos, destaquei alguns
elementos que considero importantes para que você possa se situar e resituar na
investigação e na reflexão sobre o devir humano, problema fundamental para a
formação do educador escolar. É interessante, para concluirmos a investigação,
retomar o cerne dos estudos em cada uma das unidades da disciplina, para buscar
mais clareza quanto a um posicionamento possível diante da educação na escola.
Acompanhe. Você iniciou a investigação com os seguintes questionamentos gerais sobre
as práticas escolares cotidianas: por que são essas práticas e não outras? Como
são feitas? Para que são feitas? Que influências podem ter na vida das pessoas
e na minha própria vida? Esses
questionamentos estão relacionados a outros problemas diante dos quais você se
colocou em cada unidade, de maneira que o problema inicial ganhou complexidade como problema
geral, ao mesmo tempo que foi especificado nos seus elementos principais:
linguagem, trabalho e valores.
Nessa especificação, você deve ter percebido que em
cada unidade o texto abriu possibilidades de relações entre escola, educação e
cidadania. Na primeira unidade, a escola foi significada e valorizada como espaço
educativo, criado para ensinar às novas gerações os elementos culturais mínimos
para a convivência social e para o trabalho.
Você viu, também, que os elementos culturais variam
em diferentes e diversas culturas e que elas se relacionam umas comas outras de
modo que ambas se transformam. As relações são de compartilhamento, de disputa,
de negociação e de construção de significados e de valores. Além disso, você
deve ter notado que o que se aprende na escola poderia ajudar na construção de uma
identidade humana no mundo. Resta saber, entretanto, como é possível construir uma cultura que
contribua para isso, quando diversidade cultural e etnocentrismo estão em jogo
na educação escolar. É preciso que você possa se posicionar sobre esse tema com autonomia.
Na Unidade 2, foram problematizadas as práticas
simbólicas, práticas de linguagem e de linguagem na escola, para refletir sobre
o sentido de uma cidadania educada no diálogo e na comunicação. Outro problema colocado
foi se a educação escolar ajuda na formação de pessoas críticas, bem informadas
e dispostas a participar da criação de outros mundos e de outras relações
sociais. Aquela unidade sugeriu que as relações com a linguagem e as que
estabelecemos com outras pessoas por meio da linguagem não são tão óbvias e
transparentes como parecem e, por isso, podem trazer uma série de dificuldades para
o entendimento e para as relações de poder na escola. Enfim, podem dificultar a
educação do humano.
Na Unidade 3, foram problematizadas as condições
práticas e conceituais de trabalho, que são ao mesmo tempo práticas educativas,
como as práticas de linguagem e as práticas culturais de modo geral. Lá,
apareceu a suspeita de que num mundo em que homens e mulheres trabalham somente
para sobreviver, sem pensar em outras possibilidades para o que fazem no
trabalho, podem ficar alienados em relação à sua humanidade. Na escola,
instituição criada para ensinar, se o trabalho é alienante e alienado, a
educação também poderá ser, para aqueles que trabalham e se educam nela. Então,
perceba que todo trabalho na escola educa e todo trabalho, então, deve ser planejado
para educar, mesmo que os resultados não sejam os desejados. Você precisa saber
que o seu trabalho na escola é educativo.
Por último, na Unidade 4, você se deparou com as
práticas valorativas. Naquele contexto se perguntou pelo valor da educação e,
especialmente, da educação escolar. Questionou se educar para o trabalho é a
mesma coisa que educar para a cidadania. Percebeu que, para decidir sobre essa
questão, precisa fazer escolhas e que, para fazer escolhas, precisa compreender
e posicionar-se sobre os valores envolvidos. Não se esqueça de que os valores
podem ser construídos e desconstruídos na escola: valores estéticos, éticos e
políticos, que integram o devir humano.
Com o que foi investigado nas unidades 1 a 4, você
pode pensar que homens e mulheres se fazem, se sentem e chamam humanos quando podem
experimentar em suas vidas a possibilidade de falar e de escutar os outros, de
expressar-se e perceber os outros, de sentir-se e de sentir os outros
integralmente: como seres simbólicos, trabalhadores, sensíveis, éticos e
políticos. Pode perceber, também, que homens e mulheres vêm a ser o que são na
e pela educação de que participam com outros homens e mulheres. Por fim, deve
ter notado que, quando desejamos um modo de viver para o humano, homens e
mulheres precisam ser educados para essa vida e a escola é espaço privilegiado
nessa empreitada, quando temos consciência do que fazemos e podemos planejar
nossas atividades para fins educativos.
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