•Deseja-se,
que o estudante, no exercício de seu fazer profissional e nos espaços de
formação educativa na escola, possa
compreender os princípios da gestão democrática e, principalmente,
construí-la em seu cotidiano.
•Por
meio do estudo e desenvolvimento das atividades propostas na disciplina, possa
rediscutir o seu papel e atuação de maneira a contribuir para a democratização
da sociedade, da educação e da escola.
RESUMO
Unidade 1 - A administração ou
gestão da escola: concepções e escolas teóricas.
Nessa Unidade você conheceu o enfoque cultural e
as discussões mais recentes sobre gestão e gestão escolar com destaque para a
discussão sobre a função social da educação e da escola. Com base no texto a
seguir reflita sobre a importância da construção de processos que contribuam
para a democratização da gestão escolar incluindo, nesse contexto, uma reflexão
sobre a função social da escola e a importância de ações e práticas pedagógicas
direcionadas a aprendizagens significativas de crianças, adolescentes, jovens e
adultos.
“A gestão democrática,
entendida, portanto, como espaço de deliberação coletiva (estudantes,
funcionários, professores, pais ou responsáveis), precisa ser assumida como
base para a melhoria da qualidade da educação e aprimoramento das políticas
educacionais, enquanto políticas de Estado articuladas com as diretrizes
nacionais para todos os níveis e modalidades de educação/ensino.” (DOURADO; AMARAL.
2011, p.303).
Unidade 2 - A Reforma do
Estado brasileiro: a gestão da educação e da escola
Nessa unidade, discutimos
sobre a Reforma do Estado e seus impactos na Educação Brasileira. Apresentamos alguns
indicadores educacionais e destacamos alguns desafios para garantir a
universalização da educação básica.
Vimos que as políticas
educacionais são dinâmicas e contraditórias requerendo, de todos e de cada um,
o engajamento na defesa da educação de qualidade e democrática. Nessa direção,
situamos o processo de avaliação da educação básica destacando seus limites e potencialidades.
Na perspectiva de identificar
espaços de discussão e deliberação acerca da educação nacional destacamos, entre
outros, a legislação educacional, o papel do Fórum Nacional de Educação, bem
como a importância das lutas em prol da democratização da escola pública.
Esperamos que essas discussões
contribuam com a sua reflexão e atuação profissional. Para melhor compreensão dessa
unidade retome a discussão com a tutora e troque ideias no ambiente virtual.
Lembre-se que a formação proposta tem por objetivo central contribuir com a sua
trajetória.
Quadro 1: Estrutura
do sistema educacional brasileiro - Lei nº. 9.394/1996
Níveis e Subdivisões
|
Duração
|
Faixa Etária
|
||
Educação Básica
|
Educação infantil
|
Creche
|
4
anos
|
De 0 a 3 anos
|
Pré-escola
|
2
anos
|
De
4 a 5 anos
|
||
Ensino
fundamental (obrigatório)
|
9
anos
|
De
6 a 14 anos
|
||
Ensino médio
|
3 anos ou mais
|
De 15 a 17
anos ou mais
|
||
Educação
Superior
|
Cursos e
programas (graduação, pós-graduação) por área
|
Variável
|
Acima de
17
anos
|
Unidade 3 - Gestão democrática
da escola pública: concepções e implicações legais e operacionais
Nesta unidade buscamos situar
os conceitos de gestão e gestão escolar, as bases legais bem como as
especificidades dos processos de organização e gestão da escola.
Destacamos, ainda, o Projeto
Político Pedagógico, suas finalidades e importância como um dos principais instrumentos
para a organização pedagógica, do trabalho e das atividades da escola.
Procure informações complementares
nos cadernos dos conselhos escolares disponíveis no site mec.gov.br.
Unidade 4 - Democratização da
gestão escolar: mecanismos de participação e autonomia da unidade escolar
Na educação temos alguns mecanismos
de participação da comunidade escolar com destaque para a eleição de diretores
e o conselho ou colegiado escolar.
A importância da autonomia para
a construção da identidade da unidade escolar foi enfatizada destacando as
diferentes dimensões que a compõem. A autonomia não deve resultar no abandono
da unidade escolar e sim no reconhecimento de suas especificidades e
direcionadas a melhoria dos processos formativos que esta oferece.
Todos esses aspectos nos
possibilitam afirmar a importância dos processos de participação e de
aprendizado como base para a construção de uma gestão democrática e, portanto,
participativa.
Exercite com seus colegas
essas concepções e procure identificar que mecanismos precisam ser consolidados
na instituição em que você trabalha.
Unidade 5 - Gestão democrática
e os trabalhadores em educação
Nesta unidade, retomamos
alguns conceitos tratados ao longo do módulo enfatizando o aprendizado o
exercício democrático.
Nesse processo, se destacou a
importância dos profissionais da educação, sua identidade. Ao ressaltar os
processos de trabalho dos funcionários de escola buscou-se ressaltar a
importância de se articular, no dia a dia da escola, a estrutura administrativa
e pedagógica.
Assim, a gestão democrática
entendida como a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade
escolar deve envolver pais, professores, estudantes e funcionários, na organização,
na construção e avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos
recursos da escola, enfim, nos processos decisórios da escola. Quanto mais
coletivos e participativos forem os processos de organização e gestão da escola,
maiores serão as possibilidades de novos aprendizados no exercício pedagógico
da participação e, portanto, da gestão democrática.
Palavras finais

Recentemente fui à cidade e peguei um táxi com um amigo meu. Quando
chegamos, meu amigo disse para o motorista:
– “Muito obrigado. Você guia muito bem.”
O motorista do táxi ficou estupefato por um segundo. Então, disse:
– “Está querendo me gozar, meu chapa?”
– “Não, meu caro, de jeito nenhum. Admiro a forma como você consegue
ficar calmo no meio desse trânsito todo”.
– “Falou”, disse o motorista, e foi embora.
– “Mas, que conversa era essa?!” indaguei, meio perplexo.
– “Estou tentando trazer o amor de volta”, disse o meu amigo. “É a única
coisa que pode salvar essa cidade.”
– “E como é que um homem só, pode salvar essa cidade?”
– “Não é um homem só. Acho que fiz esse motorista de táxi ganhar o dia.
Suponha que ele vá pegar mais uns 20 clientes. Vai ser simpático com eles
porque alguém foi simpático com ele, também.
Aí, esses clientes vão ser mais amáveis com os seus empregados, com os
balconistas das lojas, até mesmo, com seus próprios parentes. Estes, por sua
vez, serão mais simpáticos com as outras pessoas. Eventualmente, essa atmosfera
de boa vontade pode se alastrar e atingir, pelo menos, umas mil pessoas. Nada
mal. Não acha?”
– “Mas, você está dependendo desse motorista, para transmitir sua boa
vontade aos outros.”
– “Não estou”, disse meu amigo. “Estou ciente de que o sistema não é
infalível. Hoje, sou capaz de contatar com 10 pessoas diferentes. Se, em cada
10, conseguir fazer três felizes, então, posso acabar influenciando,
indiretamente, o comportamento de três mil pessoas ou mais.”
– “Parece boa ideia”, admiti, “mas não estou certo de que dá resultado.”
– “Se não der, não se perde nada. O fato de dizer àquele homem que
estava fazendo um bom trabalho não me roubou tempo nenhum. Qual o problema, se
ele não ligou? Amanhã haverá outro motorista de táxi para eu elogiar.”
– “Acho que você está meio pirado”, disse eu.
– “Isso demonstra o quanto você se tornou cético. Fiz um estudo a esse
respeito, Por exemplo: o que é que falta, além de dinheiro, aos empregados dos
correios? É que alguém lhes diga que estão fazendo um bom trabalho.”
– “Mas, eles não estão fazendo um bom trabalho!”
– “Eles não estão fazendo um bom trabalho, porque sentem que ninguém se
interessa se fazem ou não. Por que é que ninguém lhes faz um elogio?”
Estávamos passando por um prédio em construção e cruzamos com cinco
operários que estavam de folga. Meu amigo disse:
– “Vocês têm feito um excelente serviço. Deve ser um trabalho difícil e
perigoso.”
Os cinco homens olharam-no, meio desconfiados.
– “Quando é que esse prédio vai ficar pronto?”
– “Em outubro”, resmungou um deles.
– “Ah! Isso é fantástico. Vocês devem estar bem orgulhosos!”
Afastamos-nos.
– “Não conheço ninguém como você!” disse-lhe eu.
– “Quando esses homens pensarem nas minhas palavras, vão se sentir muito
melhor. E a cidade vai se beneficiar da felicidade deles.”
– “Mas, você não pode fazer isso, sozinho!” protestei. “Você é só um!”
– “O mais importante é não nos deixarmos desencorajar. Não é fácil fazer
com que os habitantes da cidade voltem a ser amáveis, mas se conseguir
convencer outras pessoas a aderirem à minha campanha…”
– “Você acaba de piscar o olho a uma mulher bem feiosa”, disse eu. “Eu
sei”, replicou… “Se ela for uma professora, os alunos vão ter um dia
fantástico…”
Vamos distribuir gentilezas! Elogiar mais e
criticar menos.
CONSTRUÇÃO DE TORRES
Objetivo:
Demonstrar a influência do tipo
de liderança na produtividade e satisfação do trabalho em grupo.
Material:
Palitos de fósforos e venda para
os olhos.
Como Fazer:
Somos construtores de torres.
Nossa missão é construir torres. Torres de qualidade, quanto mais altas,
melhor.
1. Formam-se grupos de 4 pessoas.
Cada grupo se compõe de um operário, um supervisor e dois observadores. A
tarefa consiste em o operário, com os olhos vendados e sob a orientação do
supervisor, montar a torre, feita de palitos de fósforos colocados em
paralelos, formando um quadrado, dois sobre dois. Os observadores estarão
tomando nota do que forem observando, tanto na relação entre operário e o
supervisor, quanto nos resultados atingidos.
2. Cada dupla tem 3 minutos para
construir sua torre. Em seguida. Trocam-se os papéis. Num segundo momento os
observadores passam a viver a experiência de operário e supervisor, com os
outros dois colegas como observadores.
Número de pessoas:
Observações:
Como vocês se sentiram enquanto
operários?
E como se sentiram como
supervisores?
Na medida em que o grupo for
expressando os seus sentimentos, começar a explorar o desenvolvimento do jogo.
Quando observadores, como vocês
perceberam o andamento do processo?
Observaram alguma relação entre a
forma de liderança e os resultados alcançados?
Uma pequena história
No dia a dia da escola, é perceptível
que o trabalhador em educação não se reconheça como partícipe do processo da
educação, não se veja como sujeito da mesma. Para ilustrar, será relatado um
caso ocorrido em uma escola pública de Goiânia.
Em uma aula de ciências onde a
professora ensinava sobre higiene e bons hábitos, ela explicou que a água
necessitava ser filtrada ou fervida antes de ser consumida. Um trabalhador não
docente entrou na sala e colocou água na parte de baixo do filtro sem que esta
tivesse sido filtrada ou fervida.
O diretor da escola, presenciando o
fato, convocou todos os funcionários para uma reunião. Explicou então que as
crianças aprendem muito mais com o que veem do que com o que é meramente
verbalizado e ilustrou sua fala com o episódio ocorrido naquela sala de aula,
explicando que, naquele caso, o ato do servidor não contribuiu com o processo
de formação encaminhado pela professora de ciências.
Ressaltou, ainda, a importância das
ações de todos nos processos formativos dos estudantes daquela escola e
destacou que a ação de colocar água na parte de baixo do filtro não
prejudicaria as crianças apenas porque estas deixariam de beber água filtrada,
mas também porque aprenderiam erroneamente a fazer o mesmo. O diretor disse que
o envolvimento de todos, cada um em sua respectiva função, era fundamental para
a garantia da interação, construção e qualidade da escola local.
O trabalhador não docente em questão
defendeu-se dizendo que não tinha noção da importância de seu trabalho para o
ensino dos alunos e que procedera daquela forma porque, se colocasse a água no
local certo, esta não seria filtrada a tempo de ser consumida pelos estudantes.
Para resolver o problema, discutiram
o processo de trabalho e decidiram que a água deveria ser colocada no filtro,
no local adequado, em todos os intervalos, possibilitando, assim, que a água
estivesse filtrada para o consumo das crianças a qualquer hora.
Nessa reunião, o diretor aproveitou o
episódio para ampliar a discussão, levando em pauta a importância de cada um no
processo chamado educação. Após a reunião, a merendeira que estava presente
saiu e foi conversar com as suas companheiras de cozinha sobre a importância do
seu trabalho para a educação e para a escola. Ela explicou para a sua amiga que
a merenda tem um papel importante no processo formativo, pois esta possibilita
o aluno estar bem alimentado e preparado fisiologicamente para aprender o
conteúdo ministrado em sala de aula. Assim como as merendeiras, o pessoal da
limpeza também discutiu o seu papel educativo e perceberam que suas ações
contribuem com o processo pedagógico, pois eles ensinam às crianças lições de
higiene e organização por meio do exercício de sua função, temas importantes
para uma vida social. A feira de ciências realizada nesta escola contou com a participação
dos estudantes, professores e funcionários que também colaboraram com o
enriquecimento cultural da amostra. O diretor em questão investiu em educação
continuada para todos os trabalhadores, aproveitando também para que estes
tivessem noção da importância de sua participação no conselho escolar, que
reúne professores, funcionários, comunidade local, pais e alunos, que juntos
definem os rumos da escola, tendo todos os representantes, inclusive, direito a
voto. Os resultados dessa interação foram perceptíveis no dia a dia da escola, bem
como na participação ativa de todos, no conselho escolar.
Entendendo que são sujeitos na gestão
da escola, todos começaram a participar e contribuir, interagindo no processo
da educação garantindo a qualidade da escola pública que todos desejamos e
juntos podemos construir.
Essa história evidencia que a
construção coletiva é possível e que somente com a participação de todos na
escola vamos construir, de fato, vivências e aprendizados que contribuem para a
construção e efetivação da gestão democrática. Caderno do Profuncionário.